Capítulo 2 - Anything could happen

Não acredito que me minha mãe estava realmente me obrigando a ir para a escola. Quer dizer, no Brasil agora é férias e essa é  a melhor parte do ano.
Megs: Qual é, mãe? Eu não quero ir pra escola, eu passei o ano todo estudando.
Lizzy: E a senhorita pretende ficar um ano nos Estados Unidos sem fazer nada? Sinto muito querida, mas já fiz sua matrícula e não vou mudar de ideia.
Megs: É sempre assim. A última palavra tem que ser sua. Quando eu vou poder tomar minhas próprias decisões? Eu já to cansada disso. - sai da sala de TV e entrei no meu novo quarto. Minha esperança era de que minha mãe não viesse atrás de mim e felizmente isso não aconteceu. Ela provavelmente estava mas ocupada mimando o filhinho ou fofocando com a melhor amiga do que insistindo em discutir com a filha rebelde adolescente.
Vesti meu short jeans e uma regata com franjas na ponta que eu tinha comprado no show do Rolling Stones que fui forçada a ir com a Clary. Coloquei o fone de ouvido e sai de casa com a Kelly Clarkson cantando em meus ouvidos. Andei por algumas ruas até que realmente aceitei o fato de que estava totalmente perdida. Droga. A única solução foi atravessar a rua e entrar dentro de um Mc Donalds que dava de 1000 no que eu costumava frequentar em São Paulo. Me sentei em uma mesa perto da janela. Ótimo, meu celular ainda tava sem sinal. Eu não queria fazer nenhum pedido, até porque tinha pegado só 20 dólares na mochila e estava guardando pra se precisasse de um táxi ou algo assim. Pelo que Lizzy tinha falado amanhã eu ia ter que ir pra escola e minha vontade era de sair correndo pela Califórnia pra não ter que aparecer amanhã, mas é claro que eu não vou fazer isso.
Desisto de esperar dentro da loja e ando até a porta.
Megs: Ai, droga. Desculpa eu não tava prestando atenção. - eu tinha acabado de esbarrar em alguém e pela força do impacto quase fui jogada no chão.
XX: Tá tudo bem, você se machucou?
Megs: Acho que vou sobreviver. - sorri e encarei o garoto. Ele tinha os cabelos bem loiros e os olhos mel. Preciso admitir que ele era bem mais bonito pessoalmente do que nos pôster que a Clary tinha pendurado em quase todas as paredes do quarto.
XX: Eu sou Justin. - Ele disse como se realmente eu fosse tão idiota que não soubesse quem aquele garoto é. Justin Bieber está em todas as revistas por aí e quando sua melhor amiga é a"belieber número um" como ela mesma se chama é meio difícil de não conhece-lo.
Megs: Megan - Abri um sorriso fraco porque realmente não estava afim de conversa, eu só queria achar o caminho pra casa, me jogar na cama com um pote de sorvete e assistir um filme bem triste para poder chorar e reclamar que quero voltar pro Brasil. Certo, isso foi meio carente mas é assim que estou me sentindo. - Desculpa pelo esbarrão.
Clary me mataria se visse o modo como desviei dele com um último sorriso e andei até a porta pronta pra ir embora. Ela me encheria o saco pra sempre. Mas ela não estava aqui e nunca saberia que Justin e eu nos encontramos.
Justin: Ei, espera. - ele segurou meu braço. Agora todas as pessoas no restaurante olhavam pra gente, ou pra ele, sei lá. - Você já vai?
Megs: Sim, já vai escurecer e eu já estou perdida de dia imagina de noite.
Justin: Você tá perdida? - ele riu, alto o bastante pras pessoas nas mesas prestarem mais atenção ainda nessa conversa. - Quer uma carona pra casa?
Megs: Pra ser sincera, eu não sei o endereço da casa - dessa vez até eu tive que rir e ele me acompanhou - Me mudei ontem e não foi muito certo tentar me aventurar pela cidade.
Justin: Tive uma ideia,que tal a gente comer um hambúrguer e depois eu te ajudo a achar sua casa?
Megs: Não sei...
Justin: Se você quiser pode pedir salada em outro restaurante.
Megs: Tenho cara de troca um hambúrguer delicioso do Mc Donalds por salada? - Ele riu.
Justin: E então?
Megs: Pra ser sincera, o problema é que eu esqueci todo o meu dinheiro em casa.
Justin: Você tá falando sério? Acha mesmo que eu vou te deixar pagar? - ele pegou minha mão e ando até a mesa em que eu estava sentada antes. Percebi que as pessoas no restaurante tiravam muitas fotos e isso estava me deixando desconfortável. - É meio difícil no começo mas eu já me acostumei, as pessoas sempre querem fotos.- ele seguiu meu olhar até uma velha que tirava fotos provavelmente pra sua neta.
Megs: Falando nisso, minha melhor amiga me mata se souber que eu te encontrei. Ela tipo, te idolatra e te ama mais do que me ama e olha que eu conheço ela a vida toda.
Justin: Ciúmes?
Megs: Claro que não - soltei uma gargalhada meio exagerada - eu quer o Mc quarteirão, por favor.
Ele sorriu e foi até o caixa pra fazer o pedido. Voltou com uma bandeja com duas coca-colas, duas batatas grandes, um Mc quarteirão e um CBO.
Agradeci e comecei pela batata, como sempre.
Justin: De onde você é, Megs? Posso te chamar assim? - Assenti.
Megs: São Paulo. - bebi minha coca - e você, pelo que eu me lembro das mil histórias que Clary me contou, você não mora na Califórnia.
Justin: Pois é, eu vim aqui meio que de passeio quem sabe eu não aprendo a surfar.
Megs: Surfar? É, deve ser legal. E quanto tempo você fica aqui?
Justin: Não sei, acho que só essa semana, minha agenda tá meio cheia. - sorriu.
Terminei de comer meu sanduíche e tomei o último gole da coca, Justin já tinha terminado há algum tempo.
Justin: Pronta pra achar sua casa?
Assenti e levantamos, algumas meninas vieram tirar foto com ele e pedir autógrafo, na verdade eram muitas meninas então fui até a porta e resolvi esperar ali.Depois de quase meia hora o Justin sai.
Megs: Que assédio.
Justin: Você não viu nada - ele riu e o segui até uma... espera, Ferrari, só podia ser brincadeira. - Que foi?
Megs: Não é todo dia que eu entro em uma Ferrari.
Justin: Você vai gostar, vem. - ele abriu a porta pra mim e depois entrou do lado do motorista. - Você tem alguma noção de onde a casa seja?
Megs: Tinha um monte de árvores na frente.
Justin: Nossa, agora ficou fácil. - ele riu e me encarou pedindo que eu especificasse.
Megs: Hum...Tinha uma loja de skate lá perto.
Justin: Ok,vamos tentar.
Ele dirigiu por uma rua grande. Andamos por uns vinte minutos até eu reconhecer a loja.
Megs: É aqui. - apontei para a casa de dois andares que podia ser vista daqui. Justin andou até lá. - Obrigada.
Ele me acompanhou até a porta de casa.
Justin: Então, quando a gente se vê de novo?
Megs: Não sei, amanhã eu sou forçada a ir pra escola.
Justin: Qual escola?
Megs: California high school.
Justin: Então amanhã no fim da aula eu te pego na escola, que tal? Podemos fazer alguma coisa legal. - Eu queria dizer não mas não consegui resistir àquele sorriso.
Megs: Ok te vejo amanhã.
Ele sorriu me deu um beijo no rosto e desejou boa noite, depois entrou no carro e foi embora.
Entrei em casa com um sorriso enorme e pronta pra receber as broncas da minha mãe.


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